O hidrogênio verde é uma alternativa limpa e renovável para produzir energia, sendo cada vez mais difundido no Brasil e em todo o mundo. Neste texto, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre essa fonte de energia promissora.
Ele é produzido a partir da eletrólise da água (reação química provocada pela passagem da corrente elétrica), usando eletricidade gerada por uma fonte renovável, como a solar ou a eólica. A eletricidade é usada para separar, a nível molecular, a água em hidrogênio e oxigênio, sendo que o hidrogênio é coletado e armazenado em tanques.
Diferentemente do hidrogênio convencional, produzido a partir de combustíveis fósseis, nosso aliado verde é totalmente livre de carbono, e portanto não emite gases de efeito estufa e poluentes durante a produção ou uso.
Hidrogênio verde em produção no Brasil
O Brasil é um país com grande potencial para produzir hidrogênio verde. Com uma matriz energética altamente renovável, já é um dos maiores produtores mundiais de energia hidrelétrica, além de ter grande potencial para energia eólica e solar. O país também é um dos maiores produtores de biocombustíveis, como etanol e o biodiesel, que também podem ser utilizados na produção do hidrogênio especial.
Embora sua produção ainda seja iniciante no Brasil, há um grande potencial de crescimento nos próximos anos. O governo federal lançou em 2021 o Programa Nacional de Hidrogênio Verde, com o objetivo de desenvolver uma indústria nacional focada na produção, projeto para ser concluído até 2030.
A ideia é transformar o Brasil em protagonista global na produção de energia renovável, segundo a ABSOLAR, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Desde então, diversos projetos estão sendo desenvolvidos em diferentes regiões do país com uma agenda já bem definida até 2025.
Benefícios
Nos últimos anos, a eletrólise tem ganhado destaque na produção de hidrogênio verde. O seu processo pode ser usado para produzir hidrogênio, necessário para o combustível de carros, caminhões e outros veículos, além de ser útil em outras aplicações.
Para o hidrogênio verde no Brasil apresentar soluções, é necessário utilizar a eletricidade gerada a partir de fontes renováveis de energia. Dessa forma, o processo de produção fica mais sustentável e menos poluente, já que não utiliza combustíveis fósseis.
Uma vez produzido, o hidrogênio pode ser armazenado em tanques de alta pressão ou ser transportado através de tubulações, para que seja utilizado como fonte de energia em diversos setores, como o industrial, de transporte e até mesmo em residências.
Embora ainda seja uma tecnologia emergente no país, ele tem grande potencial para se tornar uma importante fonte de energia limpa e renovável no futuro, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a transição de uma economia mais sustentável.
Atenção mundial
Hoje, a transição energética (foco cada vez mais em gerar “energia limpa”) é considerada uma das principais metas dos governos e organizações internacionais em todo o mundo. Assim, instituições públicas trabalham para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e contribuir para evitar os efeitos negativos das mudanças climáticas.
Além disso, o uso do hidrogênio verde pode ajudar a diversificar a matriz energética do Brasil, reduzindo a dependência do petróleo e do gás natural, aumentando sua segurança energética, pois com ele podemos ter um estoque praticamente infinito, já que sua produção se torna uma fonte renovável de energia, algo tão desejável em todo planeta.
Vantagens em relação a fontes de energia convencionais
Energia limpa e redução das emissões de carbono
Como você leu, a solução é totalmente livre de carbono, o que significa que não emite gases de efeito estufa ou outros poluentes durante a produção ou uso. Isso contribui para a redução da pegada de carbono e para a preservação do meio ambiente.
Renovabilidade
Sua produção é baseada em fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, o que significa que a fonte de energia é infinita e não se esgota. Por isso, quanto mais a humanidade precisar, mais pode ter.
Armazenamento
O composto pode ser facilmente armazenado em tanques, o que permite que seja transportado para diferentes locais e usado como fonte de energia em diferentes setores.
Versatilidade
Com ótima diversificação da matriz energética, ele pode ser usado de diferentes formas, como transporte, na indústria e em residências, substituindo fontes de energia mais poluentes e contribuindo para a transição da economia independente de carbono.
Oportunidades para setores intensivos em energia
Transporte, indústria e geração de energia elétrica podem ser beneficiados com o aumento do proveito da energia limpa. Como combustível, reduz a emissão de gases poluentes. Na indústria, pode substituir combustíveis fósseis em processos de produção, reduzindo as emissões de CO2 e tornando a operação mais sustentável.
Pode ainda ser utilizado como fonte de energia para processos industriais que exigem alta temperatura, como a produção de aço e alumínio, o que pode resultar em uma redução significativa dos custos de produção, incentivando a circulação de mercadorias e portanto, a economia.
Na geração de energia elétrica, pode ainda ser utilizado em usinas termelétricas, fornecendo energia limpa e estável para a rede. Além disso, a produção pode gerar novos empregos e fomentar o desenvolvimento tecnológico em diversos setores.
Sistema híbrido
Além de todos os benefícios para produção de energia limpa já conhecidos, ele pode ser integrado a outras fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, para formar sistemas híbridos, capazes de garantir um fornecimento contínuo e confiável de energia.
Desafios para aderir a solução
Nem tudo são flores. Se fosse tão simples assim, o mundo inteiro já teria realizado a transição completa para produção de energia exclusivamente limpa. Alguns dos desafios são:
Custos de produção
Ela ainda é mais cara do que as fontes de energia tradicionais, como o petróleo e o gás natural. Além disso, exige grandes investimentos em tecnologia e infraestrutura, o que pode ser um obstáculo para a implementação em larga escala, já que demanda mais investimento e até mudanças de estrutura de várias empresas, o que requer tempo, planejamento e recursos.
Porém, é possível que os custos sejam otimizados e reduzidos, tornando a solução uma opção mais viável e competitiva no mercado energético.
Infraestrutura
Além de demandar os investimentos já mencionados para sua adaptação, é preciso muito planejamento para a própria distribuição do produto. Hoje a infraestrutura para produção, armazenamento e distribuição de hidrogênio ainda é limitada e pouco desenvolvida em muitos países, incluindo o Brasil. Como um gás, ele só pode ser retido e transportado em condições específicas de pressão e temperatura.
Regulação e políticas públicas
Elas são cruciais para a adoção deste hidrogênio em larga escala, já que governos e agências regulatórias precisam estabelecer normas e incentivos para sua produção, distribuição e uso. No entanto, a falta de uma política clara e consistente pode desacelerar o desenvolvimento do setor e dificultar a atração de investimentos.
Além disso, a falta de regulamentos entre países e regiões pode criar barreiras comerciais e dificultar a adoção da energia limpa em escala global. Portanto, é necessário que os líderes internacionais trabalhem juntos para criar políticas coerentes e eficazes que incentivem sua produção e uso, garantindo assim a transição energética para uma economia mais limpa e sustentável.
Projetos internacionais
Investimentos e parcerias no setor
No Brasil, a Toyota anunciou uma parceria para estudar a viabilidade técnica e econômica da produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis. A Petrobras também iniciou o processo de construção de uma planta-piloto da solução no Ceará, em parceria com a norueguesa Equinor. A usina terá capacidade de produzir 240 m³/h de hidrogênio renovável a partir de energia eólica.
A Eletrobras e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estão desenvolvendo um projeto piloto para produção de hidrogênio verde a partir de biomassa, com o objetivo de gerar combustível para veículos.
Além disso, diversas empresas nacionais e internacionais têm feito investimentos em projetos relacionados à solução, tanto na produção quanto na aplicação da tecnologia em diferentes setores.
E no exterior?
A Shell e a Mitsubishi Heavy Industries, em parceria com a cidade de Rotterdam, na Holanda, estão desenvolvendo um projeto para a construção de uma usina de hidrogênio especial.
Na Austrália, o governo anunciou um projeto para construir a maior usina de energia limpa do mundo, com capacidade de produzir até 15 gigawatts de energia renovável. Além disso, a Alemanha e a França também planejam construir suas próprias usinas para abastecer seus países e exportar o excedente para outras nações.
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